Numa conversa com meios internacionais, o ator que interpreta Daryl Dixon, na série do canal AMC, explicou que o que mantém os fãs interessados na história é a sua componente humana e não a parte sobrenatural.
"Ver estas personagens encontrar algo sobre o qual possam ter esperança é parte da narrativa da série", considerou. "A série é sobre pessoas a encontrarem esperança e um entendimento comum para lutar por isto ou aquilo, e há amizades e relações formadas", disse o ator, de 50 anos, que interpreta Daryl há nove anos. "Ver pessoas a encontrarem ligações entre si na pior das circunstâncias é fascinante. Se uma pessoa for fã das ligações humanas, vai gostar da série".
A décima temporada de "The Walking Dead" estreia-se no domingo, nos Estados Unidos, e na madrugada de segunda-feira, em Portugal, onde será transmitida pela FOX Portugal, com o episódio "Lines We Cross".
Norman Reedus garantiu que "esta temporada é uma das melhores" de sempre, e permitirá recuperar a aclamação da crítica, que foi perdida em temporadas anteriores.
O seu personagem, Daryl, e a personagem Carol Peletier, interpretada pela atriz Melissa McBride, são os únicos que restam do grupo original de sobreviventes que começou a saga televisiva em 2010.
No entanto, Daryl é agora um homem totalmente diferente do que era no início, considerou Norman Reedus, falando de uma transformação "tremenda" ao longo das várias temporadas.
"Na primeira cena da série, quando cheguei ao acampamento, olhei para as pessoas pelo canto do olho, assumindo que toda a gente me odiava, e foi assim que interpretei o personagem", lembrou o ator. "Ao longo dos anos, fui-me endireitando, falando com as pessoas de costas direitas e ombros virados para elas, com os dois olhos. O meu personagem encontrou a sua autoestima".
Considerando que a relação entre Daryl e Carol "está mais forte que nunca", Norman Reedus reiterou a ideia de que a série "sempre foi sobre as pessoas e as suas relações com os outros, aquilo por que estão dispostas a lutar".
O ator disse não saber quantas temporadas adicionais estão na calha para "The Walking Dead", referindo que há rumores que apontam para dois anos e outros para uma continuação mais alargada.
O arco narrativo, que se tem adaptado ao desaparecimento de quase todos os personagens queridos do público, mostra que a décima temporada começa com a preparação de uma batalha contra os ‘The Whisperers’, humanos que se disfarçam de zombies para se moverem livremente entre eles.
A componente heroica da história continuará a ser não convencional, explicou Reedus, referindo que "é preciso escolher as nossas batalhas e ser a pessoa que almejamos ser", com o intuito de "encontrar aquele super-herói dentro de nós e agir como tal".
O ator disse ainda que os fãs podem estar descansados quanto ao cão de Daryl, que conseguiu introduzir na história depois de anos a pedir aos produtores, referindo que o animal "é capaz de ser o elemento mais esperto do elenco".
A relação canina com Daryl também espelha a modificação deste personagem, que inicialmente "não confiava em ninguém" e, ao longo das temporadas, acabou por se tornar um líder: "Encontrou razões para lutar, por causa das amizades e da família que criou. Eles agora olham para ele quando é preciso tomar decisões".
Reedus recordou também que, quando disse pela primeira vez ao seu agente e a amigos que era do guião de "The Walking Dead" que gostava, a reação foi de surpresa porque ninguém acreditava "que isto fosse pegar".
"Li 50 ou mais guiões na temporada de episódios piloto e a maioria eram dramas médicos ou policiais. Parecia-me tudo muito repetitivo", lembrou. "Não encarei o guião como sendo sobre zombies, mas sobre um homem que tinha perdido a sua família e acordou de um coma e teve de lutar contra todas estas coisas para a tentar encontrar".
Além da nova temporada, Reedus tem, a 08 de novembro, o lançamento do jogo "Death Stranding", de Hideo Kojima, que é baseado nele após 100 sessões de captura de movimentos ao longo de três anos.
"A pessoa não vai apenas jogar com uma figura sem emoção", considerou, "vai jogar com um personagem real, com emoções reais e maneirismos reais".
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