Numa entrevista a propósito do seu novo filme na Netflix, George Clooney criticou implicitamente a decisão de lançar "Tenet" nos cinemas durante a pandemia.

Antes de se fazerem sentir os efeitos da segunda vaga, os cinemas de vários países conseguiram parcialmente recuperar durante o verão e o "blockbuster" estreou no final de agosto.

O realizador Christopher Nolan terá insistido nessa solução para apoiar os cinemas em crise e incentivar o regresso dos espectadores numa altura em que os outros estúdios adiavam os filmes ou lançavam-nos em streaming.

Mas nos EUA, o país mais atingido pela crise, a decisão de estrear "Tenet" colocou de um lado os que defendiam que os cinemas são um local seguro se as pessoas seguirem as decisões sanitárias (como Tom Cruise e o realizador Christopher McQuarrie, que partilharam um vídeo a ir ver o filme) e os que acharam que o estúdio Warner Bros. estava a colocar os lucros à frente da saúde das pessoas (como o realizador de "Doutor Estranho" Scott Derrickson).

Numa entrevista à publicação especializada The Hollywood Reporter, George Clooney parece apoiar a segunda posição.

Respondendo a uma pergunta sobre ainda ser possível consumir filmes através da Netflix, Clooney começou por dizer que foi um bom "timing" estar com a plataforma e como era curioso que "Tenet" e "O Céu da Meia-Noite" serem os únicos grandes filmes a serem lançados este ano.

A crítica em tom irónico surgiu quando o entrevistador comentou que muitas pessoas na zona de Los Angeles nem sequer ainda conseguiram ver "Tenet" porque os cinemas estavam fechados.

"Eu também não. Tentar forçar as pessoas a ir a um cinema é uma coisa muito complicada de se fazer quando se está no meio de uma pandemia", reagiu.

Com George Clonney como realizador e protagonista, este é o primeiro filme do vencedor de dois Óscares para a Netflix.

O drama pós-apocalíptico "O Céu da Meia-Noite" acomapnha Augustine (Clooney), um cientista solitário instalado no Ártico, numa corrida contra o tempo para impedir Sully (Felicity Jones) e o grupo de astronautas que a acompanham de regressarem a uma Terra "silenciada" por uma misteriosa catástrofe global.

Ainda com David Oyelowo, Kyle Chandler, Demián Bichir e Tiffany Boone, esta é a adaptação de um aclamado romance de Lily Brooks-Dalton "Good Morning, Midnight", que foi considerado um dos melhores de 2016 por vários organismos, incluindo o Chicago Review of Books.

"O Céu da Meia-Noite" ficará disponível na Netflix a 23 de dezembro.

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