O realizador, produtor e professor norte-americano de culto Monte Hellman, morreu na terça-feira, um dia após ter sido internado por causa de uma queda na sua casa. Tinha 91 anos.
Realizador de vanguarda muito respeitado no mundo do cinema, foi descrito por Quentin Tarantino (de quem foi um dos produtores executivos do primeiro filme, "Cães Danados") como "um grande artista cinematográfico e um poeta minimalista".
Dirigiu filmes de culto como "O Furacão" e "Duelo no Deserto", ambos de 1966 e com Jack Nicholson, que dirigiu várias vezes antes do ator se tornar uma estrela. O segundo, principalmente, foi redescoberto e bastante admirado a parir do lançamento em DVD em 2000.
Em 1971, juntou James Taylor e Dennis Wilson em "A Estrada Não Tem Fim" (1971), um "road movie" que, sem ter sido um grande sucesso, viu subsequentemente crescer a sua reputação como um dos melhores do seu género e foi escolhido para preservação pela Livraria do Congresso dos EUA em 2012.
Além de "Duelo no Deserto" e "A Estrada Não Tem Fim", colaborou com o ator de culto Warren Oates em mais dois filmes peculiares, "Cockfighter" (1974), este também com Harry Dean Stanton, e "Clayton, o Cavaleiro da Noite" (1978).
Em 2010, foi distinguido no Festival de Veneza com um Leão de Ouro Especial pelo "thriller" independente "Road to Nowhere - Sem Destino", a sua primeira longa-metragem em 20 anos, , que mais tarde considerou o mais pessoal dos seus filmes. A história andava à volta de um jovem realizador cuja inspiração para o novo filme era a história verídica de dois amantes malditos que se suicidaram , mas com o passar do tempo se envolvia cada vez mais no enredo e via desvanecer a linha entre ficção e realidade.
Acabou por ser o seu último filme, apesar do produtor português Paulo Branco ter chegado a anunciar no festival de Cannes de 2013 "Love or Die", a sua primeira colaboração com o cineasta que trouxera a Portugal no ano anterior para um retrospetiva da carreira no Lisbon & Estoril Film Festival (LEFFEST).
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