A digressão mundial será provavelmente a última nesta escala, confessa o cantor nascido no bairro de Queens, em Nova Iorque.

"Não posso voltar a fazer uma digressão assim. Os meus filmes e projetos para a TV não permitem", desabafou o rapper, que acabou de filmar "Os Mercenários 4", com Sylvester Stallone.

Figura importante do gangsta rap dos anos 1990, 50 Cent acredita que o seu público cresceu com ele e afirma que a sua audiência é mais velha. "Eu falo diretamente com o meu público principal com o meu trabalho no cinema e na TV. Não quero perdê-lo.. Ele transformou-me num sucesso".

O aniversário de 48 anos do rapper, cujo nome verdadeiro é Curtis Jackson, decorre esta semana, enquanto se prepara para embarcar na digressão "Final Lap", que vai passar pela América do Norte, Europa, Austrália e alguns países da Ásia. Na semana passada, o músico atuou no festival Afro Nation, em Portimão.

Já foram vendidos mais de 600.000 bilhetes. Entre risos, o artista explica que isto "seria impressionante para outros, mas eu sou o 50 Cent".

A única razão que poderia convencer o rapper a embarcar noutra digressão seria a companhia dos seus velhos colaboradores, Eminem e Dr. Dre. "Se pudesse tirar o Em e o Dre de casa, isto me permitir-me-ia voltar às digressões, mas não acho que isso vá acontecer".

Editado em fevereiro de 2003, "Get Rich or Die Tryin" foi um grande sucesso, impulsionado pelo êxito "In Da Club" e pela descrição transparente da vida conturbada do rapper, incluindo uma passagem pela prisão e uma tentativa de homicídio em que foi baleado nove vezes.

O artista ainda está em 114.º lugar no ranking mundial do Spotify, apesar de não lançar um álbum de estúdio desde 2014.

"Tinha tanto sucesso e tanta energia que começou a parecer que eu poderia ter tudo que quisesse. O álbum chama-se 'Get Rich or Die Tryin' (fique rico ou morra a tentar, em tradução livre) e eu pensava 'não, deixa-me morrer depois. Sinto-me ótimo", pontua 50 Cent, que reconhece os seus anos de sucesso.

"Se me tivessem feitos exames clínicos, teriam descoberto que estava louco".

Pouco a pouco, 50 Cent soube lidar com o sucesso exacerbado para não se afogar. Investiu em projetos como roupas, jogos, perfumes e alimentos.

Até investiu numa marca de conhaque - que levou a um processo do produtor francês Remy Martin, que o acusou de plagiar uma das suas garrafas.

"Escolheram o homem errado, porque eu gastei um milhão de dólares por ano com advogados", brincou, afirmando que "às vezes, foi só para me divertir".