A cantora e multi-instrumentista Margarida Campelo edita hoje o álbum de estreia a solo, “Supermarket Joy”, feito de músicas que a fazem “sentir bem”, e espera que tenha o mesmo efeito em quem o ouvir, disse à Lusa.
“‘Supermarket Joy’, uma edição da Discos Submarinos, acaba por refletir os vários géneros musicais de que gosto, que estão quase todos presentes no disco. Acho que isso sou eu a solo, porque gosto de muita coisa e consegui conjugar as muitas coisas de que gosto”, disse Margarida Campelo, em entrevista à agência Lusa, acrescentando que “nada disso foi uma coisa ‘pré-pensada’”.
O primeiro trabalho a solo é composto por canções que a fazem “sentir bem” e que vai “querer reouvir”.
“Não tem um foco propriamente no conteúdo das letras, mas acho que o universo das próprias músicas é que o torna especial. É uma coisa que me faz a mim sentir bem, e espero que faça também ao resto das pessoas, quando ouvirem”, referiu.
A alegria que sente ao ouvir o álbum está bem patente no título que lhe deu – “Supermarket Joy” (Alegria de supermercado, tradução livre em português) -, que pode ter vários significados”.
“A realidade é que eu sofro de ‘supermarket joy’, na medida em que adoro ir ao supermercado. Mas depois achei que era um título suficientemente metafórico para não querer estar relacionado com o supermercado em si - porque pode ser várias coisas, e eu achei que isso poderia ficar à interpretação de cada ouvinte”, partilhou.
Embora este seja o primeiro álbum que edita em nome próprio, Margarida Campelo já conta com 15 anos de carreira, ao longo dos quais fez parte de projetos como Cassete Pirata, Minta & the Brook Trout, Julie & the Carjackers e Real Combo Lisbonense, e as bandas que acompanham Joana Espadinha, Elisa Rodrigues e Bruno Pernadas.
O “muito trabalho” que tem tido com todos estes projetos foi adiando uma vontade “que já existia há algum tempo”. “Ando sempre ocupada, e no tempo livre que tinha não me apetecia propriamente fazer mais música. De repente, a pandemia [da COVID-19] aconteceu, e esse tempo surgiu”, contou.
As ideias que já tinha, “há imenso tempo, começaram a desenvolver-se”. Juntou-se com Bruno Pernadas, que produziu “Supermarket Joy”, e começaram a trabalhar no álbum, “finalmente”.
Quando se fala na influência que os diferentes projetos tiveram no álbum de estreia, do ponto de vista sonoro, Margarida Campelo não consegue “dizer que haja, mas é impossível que não haja”.
“Diria que, se calhar, a que se parece mais com o meu disco é a música do Bruno Pernadas. Obviamente tem muito mais influências diretas, tanto que ele participa no disco, e nós temos as mesmas referências musicais: coisas dos anos 1980, música brasileira, etc.. Das outras bandas com quem toco é impossível que não haja. Nunca é uma coisa consciente, mas acho que está lá sempre a fazer-me inspirações”, disse.
Em “Supermarket Joy”, Margarida Campelo é acompanhada por uma banda composta por Bruno Pernadas, António Quintino, João Correia e Tomás Marques.
A lista de colaborações inclui ainda Ana Cláudia, Beatriz Pessoa, Francisca Cortesão e Sofia Dinger, nas letras.
Os espetáculos de apresentação de “Supermarket Joy” estão marcados para 11 de maio, no B.Leza, em Lisboa, e 8 de junho, no festival Primavera Sound, no Porto.
Comentários