A obra, de acordo com um comunicado enviado à agência Lusa pela Oxalá Editora, conta a história de uma “corajosa, espirituosa, e esperta menina Beatriz, que enfrenta as autoridades e salva um enorme plátano de ser derrubado”.

O livro é ilustrado pela artista holandesa Lisa Couwenbergh e “surgiu muito antes das batalhas para salvar as florestas de Hambach e Dannenröder (no oeste da Alemanha), mas não perdeu nada da sua atualidade”, pode ler-se no documento.

A escritora Ilse Losa nasceu em Buer bei Melle, perto de Osnabrück (Hanôver), em 1913. As suas origens judias obrigaram-na a deixar a Alemanha sob o domínio nacional-socialista em 1934. Emigrou para Portugal e casou-se com o arquiteto Arménio Losa, adquirindo a cidadania portuguesa.

Viveu no Porto até morrer, a 6 de janeiro de 2006, tornando-se uma autora conhecida pelos seus romances, ensaios e livros infantis escritos em português.

Entre os seus trabalhos, contam-se os de coeditora de várias antologias de contos portugueses na ex-República Democrática Alemã (RDA) e a tradução dos diários de Anne Frank para português, assim como de outros autores alemães, como Thomas Mann, Bertolt Brecht ou Anna Seghers.

“Tornou-se assim uma construtora de pontes culturais entre Portugal e a Alemanha”, sublinha a Oxalá Editora, ressalvando ser um nome ainda pouco conhecido no seu país de origem.

O primeiro volume com histórias foi publicado em 1967 na RDA. Só em 1990 foi publicado em alemão o seu romance autobiográfico “O mundo em que vivi” (“Die Welt in der ich lebte”), que tinha saído em Portugal em 1949, dando a Ilse Losa alguma projeção na Alemanha Ocidental.

Já o seu segundo romance lançado na Alemanha, “Unter fremden Himmeln” (“Sob Céus Estranhos”), que descreve a vida de um exilado durante a ditadura de Salazar, teve menos aceitação, levando a que o seu terceiro romance e os seus 21 livros infantis nunca tenham sido traduzidos para alemão.

Em Portugal, Ilse Losa foi incluída no Plano Nacional de Leitura e das Escolas e ganhou vários prémios, entre eles o Prémio Gulbenkian de Melhor Livro Infantil, em 1982, com “Na quinta das Cerejeiras”.

Com a edição bilingue de “Beatriz e o Plátano” pretende-se dar a conhecer o trabalho de Losa na Alemanha.

“É hora de finalmente descobrir os livros para crianças de Ilse Losa, para pequenos e grandes leitores, porque eles lidam com temas altamente atuais, através de uma linguagem poética e rica em metáfora, como migração, perda de casa ou questões ambientais”, descreve o comunicado da Oxalá Editora.

O livro “Beatriz e o Plátano – Beatriz und die Platane” foi traduzido para o alemão por Isabel Remer.

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