“Com esta iniciativa, o município valoriza um nome relevante da literatura modernista portuguesa com raízes em Viseu e abre mais uma via de apoio à criação literária”, disse aos jornalistas o vice-presidente da autarquia, Joaquim Seixas.

O prémio literário tem como objetivo “galardoar bienalmente uma obra de poesia escrita em língua portuguesa” e terá o valor pecuniário de três mil euros, acrescentou.

A vereadora da Cultura, Odete Paiva, explicou que “foi editada uma parte muito pequena” da obra de Judith Teixeira e, por isso, numa parceria com a Edições Esgotadas, de Viseu, vai ser lançada a obra completa da escritora.

Segundo Odete Paiva, a obra de Judith Teixeira “não está divulgada” em Portugal, mas, “extraordinariamente, está muito divulgada no Brasil”, onde há congressos temáticos sobre ela.

Na sua opinião, tal deve-se ao facto de Judith Teixeira escrever de forma diferente do que era habitual para a época, causando alguma polémica.

“Era uma mulher um bocadinho à frente na época dela e com uma literatura um bocadinho erótica, de uma forma não convencional para o período e para as mulheres da época”, referiu.

A vereadora considerou que “Viseu tinha obrigação de fazer esta homenagem”, com a criação do prémio e a edição da obra completa, para que passe a ser conhecida no concelho e no país.

Na reunião de Câmara de hoje foi também aprovada a cedência de uma das casas do Bairro Municipal (conhecido como Bairro da Cadeia) à associação cívica e cultural “O bairro”, com vista ao “desenvolvimento de atividades culturais, sociais e recreativas”, disse Joaquim Seixas.

Foi ainda aprovada “a renovação do apoio municipal ao projeto Café Memória, no âmbito da sensibilização e formação local para a doença de Alzheimer, com um financiamento de 1.750 euros”, acrescentou.