Num comunicado divulgado dois dias depois de outros elementos do grupo se terem demarcado do cantor devido à sua atuação num jantar-comício do partido Chega, Olavo Bilac disse desconhecer “a existência de qualquer processo judicial que tenha sido movido contra [si], por alguns elementos da banda”.

De acordo com os músicos, o processo foi interposto “por usurpação, abuso e delapidação do património da banda, assim como o incumprimento do contrato” que os liga a Olavo Bilac, “e que o impede de utilizar e tocar ao vivo qualquer obra do grupo em situações a solo, o que tem feito durante vários anos contra a vontade da banda ao mesmo tempo que […] impede a banda de retomar a sua normal atividade”.

Na resposta, Olavo Bilac reitera que “nunca em momento algum” da sua vida quis “prejudicar qualquer um dos [seus] colegas, tendo sim procurado ao longo dos tempos o entendimento junto de todos eles, para que a mesma fosse reativada, o que só não aconteceu até ao dia de hoje devido à falta de entendimento entre todos, tendo sido feita por [si] a última tentativa nesse sentido, ainda há cerca de 60 dias”.

“Quero também salientar que a minha vida é a música, a minha paixão é cantar e que o meu amor são as pessoas. É tudo isto que diariamente me move e deixa naturalmente feliz, assim sendo, estou e estarei sempre disponível para reativar a minha, nossa banda, os ‘Santos & Pecadores’, desde que para isso sim, estejam todos disponíveis e com a mesma vontade e saudade que eu, para voltarmos a fazer aquilo que mais gostamos e que melhor sabemos fazer, música”, acrescenta Bilac.

Pedro Cunha, Pedro Almeida, Pascoal Simões e Rui Martins enviaram, na terça-feira, um comunicado “com o propósito de esclarecer os fãs e o público em geral”, e por “nos últimos dias terem surgido nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais diversas notícias que põem em causa o bom nome dos Santos & Pecadores”, bem como o seu “património”.

Olavo Bilac, que fez parte, entre outros, dos Santos & Pecadores, Resistência e Zeca Sempre, atuou no sábado num jantar-comício do Chega, em Leiria, e o líder do partido, André Ventura, tornou o momento público ao partilhar nas redes sociais uma ‘selfie’ com o cantor.

A banda Santos & Pecadores, que se popularizou na década de 1990 devido sobretudo ao tema “Não Voltarei a Ser Fiel”, foi fundada em 1987 por Olavo Bilac, Rui Martins, Pedro Almeida, Pascoal Simões e Pedro Cunha.

Na segunda-feira, o cantor, através de um comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, partilhou que devia “uma explicação a toda a gente”, além de a si próprio.

“Sim, é verdade que fui atuar profissionalmente a um jantar privado do partido Chega, com o qual não tenho nenhum tipo de relação política ou afetiva. Sim, sou eu na ‘selfie’ tirada pelo André Ventura, num momento final da minha atuação. Confesso que na altura encarei isto só mesmo como mais uma atuação e mais uma ‘selfie’, especialmente numa altura em que eu, os músicos que me acompanham e os técnicos têm quase a totalidade do seu ganha-pão cancelado desde março... Mas percebo que errei”, escreveu Olavo Bilac.

Olavo Bilac salientou que nunca teve intenção de apoiar o Chega, tal como nunca apoiou qualquer força política, para as quais tocou “ao longo de toda a carreira”.

O cantor admitiu que “devia ter tido o discernimento para perceber que não era só mais um concerto para mais um partido e das implicações que esta atuação profissional iria desencadear...”.

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