De acordo com a Direção-Geral das Artes (DGArtes), num comunicado hoje divulgado, na edição deste ano da bienal, “a escritora e crítica de arte Ana Teixeira Pinto foi convidada a integrar a equipa artística, comissariada pelo curador Kader Attia, que convidou os artistas portugueses Mónica de Miranda, com o filme ‘Path to the Stars’, e João Polido Gomes, com o projeto musical ‘Sonic Repair’”.

A 12.ª Bienal de Berlim decorre entre 11 de junho e 18 de setembro, “desdobrando-se em várias abordagens, nomeadamente como conceber a descolonização da arte – da restituição de bens saqueados a uma cultura anticolonial da memória – e qual o papel que os movimentos feministas não-ocidentais podem desempenhar na reapropriação da História e da identidade”.

Segundo a DGArtes, o filme de Mónica de Miranda, “aludindo a um poema de Agostinho Neto, líder da luta anticolonial e primeiro presidente de Angola após a independência, é narrado por uma combatente, que, não só representa a presença feminina nos movimentos de independência, como reivindica a sua representação”.

“Path to the stars”, acrescenta, “sugere uma alegoria cronopolítica, em que o modo como o passado vê o futuro condiciona a forma como o presente vê o passado”.

Já o projeto musical de João Polido Gomes, “Sonic Repair”, “aborda a história portuguesa recente e a forma como o Estado Novo 'distorceu' a tradição musical Portuguesa”.

“A partir do Fado e do Cante Alentejano, tendo por base as pesquisas do musicólogo Rui Vieira Nery e gravações do etnógrafo Michel Giacometti e do compositor Fernando Lopes-Graça, são reconstruídas as raízes multiculturais destes géneros musicais”, descreve a DGArtes.

A participação portuguesa na 12.ª Bienal de Berlim contra com o apoio da DGARtes, “mediante um acordo de cooperação internacional com o KW Institute for Contemporary Art, que veicula um apoio financeiro de 25 mil euros”.

Antes da participação na Bienal de Berlim, já este mês, Mónica de Miranda vai inaugurar, em Veneza, Itália, “no longer with the memory but with its future”, exposição que reúne um novo conjunto de obras e se estrutura em torno de “Path to the stars”.

Com curadoria de Paula Nascimento, a mostra, uma iniciativa da associação italiana Nuova Icona e do coletivo Beyond Entropy Africa, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, é inaugurada em 23 de abril, como parte da programação paralela da 59.ª Bienal Internacional de Arte de Veneza.

Além do filme “Path to the stars”, considerado obra central da exposição, “no longer with the memory but with its future” inclui também trabalhos fotográficos “que exploram a relação entre feminilidade e natureza, e uma instalação com texto”, segundo o estúdio da artista num comunicado divulgado esta semana.

As obras expõem “um olhar de oposição para a história, desenvolvem importantes discussões sobre pertença e sobre construção de futuro no antropoceno contemporâneo”.

A exposição é complementada com uma publicação, que inclui uma introdução escrita por Vittorio Urbani e textos de Paula Nascimento, Ana Nolasco, Marisa Moorman e Yara Monteiro.

Mónica de Miranda, que nasceu no Porto, em 1976, é uma artista portuguesa de origem angolana, que vive e trabalha entre Lisboa e Luanda.

Utilizando desenho, instalação, fotografia, vídeo e som, o trabalho de Mónica de Miranda é baseado em temas de arqueologia urbana e geografia pessoal.

Cofundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas, e em 2014 para o Prémio Novo Banco de Fotografia.

A obra de Mónica de Miranda está representada em várias coleções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea e Nesr Art Foundation e Arquivo Municipal de Lisboa.

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