Contrariando o que se passou nos EUA, as salas de cinema na União Europeia (UE) caíram 3,3% em 2018 e ficaram pelos oito mil milhões de euros de receitas e 955 milhões de espectadores, revela o relatório do Observatório Europeu do Audiovisual (UNIC) conhecido esta quarta-feira. Portugal ficou no grupo de países com balanço negativo.
Se se incluírem os países europeus fora da UE, as estatísticas indicam também uma perda de espectadores, descendo de 1.290 milhões de bilhetes para 1.250 milhões.
O verão especialmente quente e o Campeonato Mundial de Futebol foram razões apontadas para a quebra.
A nível de espectadores, o UNIC destaca os recordes obtidos no Reino Unido, Turquia, Polónia e Roménia. No caso do Reino Unido, a subida foi de 3,7% para um total de 177 milhões de espectadores, o que representa a maior audiência em sala comercial, desde 1970.
Os maiores sucessos a nível europeu foram "Vingadores: Guerra do Infinito", "Bohemian Rhapsody", "The Incredibles 2: Os Super-Heróis", "Mamma Mia! Here We Go Again" e "Hotel Transylvania 3: Umas Férias Monstruosas".
O balanço procura dar um tom positivo, destacando que 2017 tinha sido um ano recorde, portanto com números que dificilmente podiam voltar a ser atingidos, mas existem resultados claramente negativos em vários países e contribuíram para menos 29,4 milhões de espectadores em 2018.
A Alemanha é o pior, com as receitas a caírem 14,8% (menos 156,8 milhões de euros) e os espectadores 13,9% (quebra de 16,9 milhões de bilhetes).
Outros países em que os números pioraram bastante foram a Suíça, Áustria, Bulgária, Luxemburgo, Finlândia, Israel, Grécia e Itália. A Rússia também caiu substancialmente, mas teve o segundo melhor ano de sempre e continua a ser o maior maior mercado europeu a nível de espectadores.
Portugal surge com menos 4% de receitas e 5,9% de espectadores, o que confirma a quebra de 3,3 milhões de euros e menos 920 mil bilhetes que tinha sido avançada a 9 de janeiro pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
Portugal também se destaca no grupo em que menos espectadores foram ver filmes nacionais: representaram apenas 1,5% dos 14,7 milhões de bilhetes vendidos.
Sem números da Albânia, pior em 37 países e territórios só Chipre (0%), Montenegro (0,3%), Bósnia e Herzegovina (0,5%) e Croácia (1,1%).
Por comparação, o UNIC salienta que na França também houve uma quebra de quase nove milhões de espectadores, mas ainda foram vendidos mais de 200 milhões de bilhetes e quase 40% foram para filmes nacionais, o que é um recorde.
(*) Notícia atualizada quinta-feira às 13h55.
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